segunda-feira, abril 19, 2004

Qual é o valor desta humanidade?
Do que é que se está para aqui a falar?
Será de ter uma vida porreira, ter um emprego, casar
Ou da poesia de ver infinito num estupido e infantil olhar
Será apenas de um qualquer inóquo acreditar
que justifica tudo porque o que interessa é acreditar
Será que isto é tudo uma palhaçada ?
E no fim não resta nada
Para além da morte da ambição
de ser amado, aceite e respeitado
Por quem beberá o seu matinal cafézinho a cem metros do teu caixão
e exclamará perturbado para outro bebedor de cafezinhos mesmo ao lado:
-Cada um, tem o seu fado...
o que é que eu faço?
quando o horizonte é baço
e as pessoas por quem passo
têm um cruz suática no braço