terça-feira, dezembro 21, 2004

Neste primeiro dia de Inverno, acordo com a Ana mas ainda fico 20 minutos na cama. Acordo cansado, sonho o que não tive tempo para viver e pacificar durante o dia.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Estou a trabalhar e não me apetece

Estou a trabalhar e não me apetece. Nem um cigarro posso fumar para aliviar o embate, nem cantar posso, nem beber, nem dormir, nem fazer desenhos. Tenho tendencia para o niilismo. O que é que tenho a ver com isto? finjo que tenho, finjo que sou. faço finjindo.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Coitadinha da Terra

Hoje senti o meu primeiro abalo de Terra ! estou mesmo feliz. Pensava que tinha sido algum brincalhão a empurrar-me a cadeira mas não, tinha sido a Terra. Essa brincanhona redondinha teve um tremelico, provavelmente de frio. É isso! a terra constipou-se e estamos prestes a ser inundados por um mar de ranhoca, amarela e pegajosa.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Ontem não fui jantar a uma tasca, fui jantar a um restaurante Indiano

Ontem não fui jantar a uma tasca, fui jantar a um restaurante Indiano. Um restaurante indiano é muito diferente de uma tasca porque as pessoas não falam com desconhecidos, riem menos, bebem menos e o isaustor não respira para dentro da sala. Comi caril, chamuça e arroz "asmático" que acompanhei com cerveja preta e loira. À minha frente estava uma rapariga que comeu o mesmo que eu e com quem falei durante o jantar. Aproveitei para lhe ler uns textos religiosos e leva-la ao caminho da Verdade. Tudo em vão, qual anjo rebelde continuou impassiva nas suas ideias muito próprias e pagãs. Como ambos estavamos com fome, a comida desapareceu rapidamente e ela ficou com pena de não ter mais nada para comer. Entretanto a conversa ficou animada e decidimos continuar na maluqueira da noite até a um bar animadissimo chamado Ler devagar. Por lá ficámos a passar as mãos por livros, pelos quais muitas outras desconhecidas mãos já passaram. Comprei um do Almada, porque lhe descobri uma página que falava dos mecanismos psicologicos interactivos entre uns quaisquer namorados, assunto que me interessa de momento. Foi uma noite de paz, quase de Natal, mas como nada em mim é simples, fiquei em guerra até agora.

terça-feira, dezembro 07, 2004

Ai o trabalho ai o trabalho, quero que vá tudo para o caralho,
deixem-me em paz ou deixem-me sem paz, mas deixem-me
se não me amam não me peçam nada
doces notas de um piano velho oiço agora
vem de uma sala grande e vazia
com uma janela que enquadra uma rua abandonada
onde folhas tosnadas voam no vento de Outono
O som parou, oiço agora os meus colegas
Rodeiam-me janelas que mostram outros prédios
com salas cheias de gente
gente que não toca piano

Ora essa

Quero a vida como a água dentro de uma chaleira efervescente e transparente, cujas bolhilhas saltam de alegria com tanta energia que as aquece..depois acalma-se, sente o prazer de um arrefecimento lento com gosto de ervas aromáticas e finalmente é bebida, com sorvos lentos que aquecem a alma de quem a bebe.
Estou vivo, esta constatação convence-me, alimenta-me, liberta-me, seduz-me. Sou curioso, quero ver o que se segue e se puder contribuir para isso melhor ainda, porque o que ainda não existe terá o que sou nele a propagar-se. Chegar-me-ão ecos que acolherei, abraçando-me a mim mesmo e ao mundo que mos enviou.